domingo, 24 de outubro de 2010

Bulliyng, violência camuflada!!

Bulliyng, violência camuflada

O bulliyng ou violência moral é um problema que sempre esteve presente na sociedade bem como nas escolas e atualmente tem sido fonte de preocupação entre as instituições e os familiares que a circundam. Este fenômeno se caracteriza por um conjunto de atitudes agressivas e repetitivas que ocorrem sem motivação evidente, adotado por um ou mais alunos contra outro(s), causando dor, angústia e sofrimento.
Assim, diferente de uma simples brincadeira onde todos se divertem, o bulliyng acontece num contexto onde alguns se divertem e outros sofrem. Temos então, três personagens, o(s) que pratica(m) o bulliyng que são os agressores, aquele(s) que sofre(m) são as vítimas e aqueles que são coniventes com essa atitude, os espectadores.
O agressor é temido pelos demais, manipula seus espectadores – que o auxiliam em suas práticas – anda sempre em grupo, não suporta ser contrariado, pode apresentar atitudes agressivas, seu tom de voz é grosseiro ou debochado, manipula o grupo, tem características de líder, aparece com pertences ou lanches de suas vítimas alegando ter sido presenteado por elas.
A vítima é sempre humilhada, “perde” seus pertences constantemente, falta às aulas sem motivo, quer ir embora da escola durante as aulas, apresenta baixo rendimento escolar, demonstra insegurança ao se manifestar em público, apresenta manchas ou arranhões pelo corpo - nem sempre as consegue justificar – prefere manter-se afastado dos demais colegas, vai se tornando uma pessoa triste, constantemente deprimida e sem perspectivas de lutar pelos seus direitos. Em casos extremos, ela opta pelo suicídio.
 Os espectadores são aqueles que observam o fenômeno, algumas vezes rindo da situação ou somente olhando. Esses muitas vezes sinalizam aos pais e professores o bulliyng, contando o que aconteceu na escola.
As formas de bullyng mais comuns em ambientes escolares são: agressões físicas e verbais; ameaças; brigas; chantagens; apelidos; trotes; roubos; racismo; xenofobia – aversão a tudo aquilo que vem de outras culturas e nacionalidades – intimidações; piadinhas; exclusão de qualquer forma; assédios; xingamentos; alienação; abusos e várias outras formas de se ridicularizar uma pessoa.
As famílias têm um papel decisivo no desenvolvimento psíquico das crianças e dos adolescentes. É na família que acontecem as primeiras experiências sociais e são vivenciados valores que influenciarão as futuras relações estabelecidas pelos indivíduos. As crianças passam a reproduzir o modelo educativo no qual foram criadas dentro do ambiente familiar. Assim, muitas vezes o aluno que agride é vítima de um contexto familiar agressivo, tendo a violência como modelo e referencia de relacionamento.
Geralmente os valores passam a ser ditados pelos programas de televisão ou jogos de vídeo-game, considerando que grande parte deles se pauta na competitividade, no individualismo, na violência, na lei do mais forte e do levar vantagem em tudo, então podemos nos perguntar: quais as oportunidades que a criança tem de internalizar valores como amizade, tolerância, solidariedade, respeito e cooperação?
É urgente que o bullying seja olhado não mais como um comportamento comum e inofensivo entre os estudantes, mas como fenômeno silencioso e violento que pode deixar marcas irreversíveis no psiquismo de indivíduos ainda mais jovens. Estudos comprovam que, se essa pratica não for contida em indivíduos ainda jovens, ela pode se transformar num comportamento aceitável e utilizado na resolução de conflitos na vida adulta, levando cada vez mais a violência.
 É necessário também criar uma cultura contra o bullying, buscando e repassando cada vez mais informações. A educação por sua vez, não é o único caminho para o combate a esse movimento, mas é, sem dúvida, o mais importante, tanto pelo seu papel formador como pelo poder de multiplicador que possui.
Todas as crianças e adolescentes tem direito a uma escola onde exista alegria, amizade, solidariedade e respeito às características de cada um. ( ABRAPIA).



Odette Amaral Bacaro
Psicóloga do Colégio Prisma
Psicóloga Clínica
CRP-08/13558




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